Jacareacanga:
População se manifesta contra atos de violência de um grupo de guerreiros
Munduruku.
O
clima de paz entre indígenas e não indígenas em Jacareacanga está literalmente
abalado. As manifestações violentas protagonizadas por um pequeno grupo de
guerreiros Munduruku liderados por uma indígena Maria Leuza Munduruku tem um
histórico de violência. Lideranças indígenas e políticas de Jacareacanga
manifestam preocupação, pois a qualquer momento podem acontecer confrontos
entre parentes Munduruku e até com a população não indígena.
As ações de violência deste grupo de guerreiros
protagonizou uma reunião com todas as lideranças Munduruku ocorrida em 03 de
Agosto de 2013 na quadra coberta Professor Ludeilson Baia, para discutir pautas
ligadas ao Movimento de Resistência Munduruku.
Na ocasião a Associação Pusuru
repudiou as ações dos indígenas e anunciou que só os membros da entidade
poderiam organizar movimentos e se manifestar em nome do povo Munduruku.
21 de janeiro de 2013
Guerreiros Munduruku liderados por
Maria Leuza Munduruku invadem às 17 horas a Comunidade de mamãe Anã e sequestraram
três biólogos da empresa de pesquisa Concremat. Na ocasião eles levaram três
voadeiras, computadores e material de pesquisa.Os pesquisadores faziam estudos
na região em função da construção das hidrelétricas do Complexo Tapajós.
24 de janeiro 2013
O
mesmo grupo de guerreiros invadiram Câmara de Vereadores de Jacareacanga e
mantiveram os vereadores em cárcere privado por cerca de cinco horas. Alguns
vereadores foram hostilizados quando alguns guerreiros passaram nos rostos de
alguns parlamentares urtiga que em suas tem pelos bem finos recobrindo toda a
parte verde. Esses pelos contém ácido fórmico (H2CO2), que em contato com a
pele produz vermelhidão, coceira, ardência (queimaduras) e, consequentemente,
muita dor.
04 de Fevereiro 2014
O
grupo desta vez invadiu no final da
tarde um garimpo localizado no Rio das Tropas (faz divisa da terra Munduruku),
afluente do Rio Tapajós. Em cinco voadeiras o grupo indígena expulsou 12
garimpeiros. Uma cozinheira denunciou na Comissão de Justiça da Câmara que foi
estuprada por alguns indígenas durante a ação.
Insatisfeitos
com não recontratação de 70 professores indígenas o mesmo grupo de guerreiros
tentou sequestrar o secretário de educação Pedro Lúcio Santa Rosa. A ação só
não aconteceu porque populares e servidores da Educação se manifestaram com
firmeza. O objetivo dos indígenas seria levar Pedro Lucio para uma aldeia
próxima para forçar a recontratação dos professores.
12 de maio de 2014
Por
volta das 9 horas cerca de 30 guerreiros Munduruku, entre eles a indígena Maria
Leuza Munduruku, tentaram ocupar o prédio da prefeitura. Vereadores e
lideranças indígenas interviram para evitar um confronto. Durante a
manifestação em frente à Prefeitura notou-se que alguns homens não indígenas
estavam nas esquinas armados para um possível confronto com os guerreiros
Munduruku.
À
noite por volta das 9 horas, moradores flagraram um grupo
de indígenas ateando fogo numa casa de propriedade da Prefeitura, local onde
são alojados professores que trabalham na área indígena. O fogo só não consumiu
a moradia porque moradores debelaram o fogo.
13 de maio de 2014
Profissionais
da educação organizaram uma manifestação pela paz em frente à Prefeitura. Mais
de 500 pessoas participaram do evento. O vice-prefeito Roberto Crixi se
manifestou repudiando as ações dos parentes. Já Valdelírio Manhuary, da Associação
Pusuru pediu perdão à população de Jacareacanga. O secretário de educação Pedro
Lúcio disse que foi agredido por um indígena durante a tentativa de sequestro.
Pedro Lúcio anunciou que por questão de segurança a Secretaria Municipal de
Educação estará retirando da área todos os professores não indígenas.
Durante
a manifestação em frente a Prefeitura um grupo de indígena tentou pegar o
secretário de assuntos indígenas Ivânio Alencar. Populares interviram com força
e desarticularam os indígenas.
A
manifestação popular se dirigiu pelas ruas da cidade e num trecho da Rua
Raimundo Bernardo da Silva (em frente à casa de Maria Leuza Munduruku) o grupo
de guerreiros Munduruku tentou impedir a manifestação armados com lanças e
flechas. Houve um confronto e os guerreiros Munduruku bateram em retirada.
Jacareacanga vivencia um momento de turbulência e desta vez é a sociedade que
se manifesta. Texto e Fotos: Nonato Silva
FF - Nonato, quero fazer uma pequena correção em sua matéria, que por sinal muito boa mesmo, parabéns. A manifestação não foi realizada pela educação e sim organizada pela classe empresarial de Jacareacanga, por entenderem que é hora de se dar um basta em toda essa história de violência contra as pessoas de bem de nossa cidade.
FF - Nonato, quero fazer uma pequena correção em sua matéria, que por sinal muito boa mesmo, parabéns. A manifestação não foi realizada pela educação e sim organizada pela classe empresarial de Jacareacanga, por entenderem que é hora de se dar um basta em toda essa história de violência contra as pessoas de bem de nossa cidade.